segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

É tempo de revitalização?!

Por Ivete Souza da Silva
Na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina um dos pontos turísticos é a Praça XV de Novembro, localizada no centro da cidade em frente à Igreja Matriz. A Praça foi construída e arborizada no século XIX, no local onde Dias Velho fundou a Vila Nossa Senhora do Desterro, no ano de 1662, século XVII. Sua arborização conta com variadas espécies de fícus indianos, palmeiras imperiais, cravos da Índia e a famosa Figueira Centenária que dá à Praça o carinhoso apelido de “Praça das Figueiras”, como é popularmente conhecida.
Conta a história catarinense que a Figueira Centenária nasceu no jardim da Igreja Matriz, em 1871, e que vinte anos depois - com a construção da praça - foi transplantada para o local onde esta hoje: no centro da Praça XV de Novembro. Com o passar do tempo a figueira cresceu e, para quem não conhece, sua extensão é tanta, que os galhos da árvore ganharam suportes de ferro. Os suportes servem para ajudar a árvore a suportar o peso de seus galhos. Galhos estes que presenteiam os catarinenses, nascidos em Florianópolis ou não, e os turistas que por lá passeiam, com uma deliciosa e cerrada sombra. É comum para quem passeia pela Praça, ver pessoas sentadas abaixo da sombra da Figueira, ou das outras inúmeras árvores históricas que lá estão. Essas pessoas fazem diferentes atividades. Algumas namoram, outras conversam ou, simplesmente, contemplam a paisagem. Tem também pessoas sentadas junto às mesinhas de concreto espalhadas por toda a praça, jogando cartas ou xadrez; enfim, as atividades são diversas, porém, todos, fazem uma coisa em comum: se refrescam em suas sombras.
Nós, gaúchas e gaúchos santamarienses, estamos presenciando o momento de “revitalização” de um dos locais históricos da cidade. Local este que já foi, há tempos, um espaço de socialização, onde as pessoas podiam fazer algo parecido com o que fazem hoje os catarinenses em Florianópolis. Mais recentemente abrigou o comércio informal da cidade – o popular Camelódromo. Independente do tempo histórico a Avenida Rio Branco foi palco da história de muitas vidas. As árvores que hoje estão sendo removidas já presenciaram a concretização de muitas amizades e de muitos amores. Pena as árvores de Santa Maria não serem cultivadas e preservadas como são as de Florianópolis. Parece que no Brasil, na maioria das vezes, para fazermos algo novo, é preciso acabar com o que há de “velho”. É tempo de “revitalização”. Mas, revitalização não está relacionado à vida?!

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